"Peito" em aço em aço que tanto vacila
Cabeça de cimento bruto que de tudo desconfia
Mente em ebulição, nada tranquila
Queria cambiar minha filosofia por uma tão resplandecente mestria
Queria deixar de ser apenas o mago das areias do tempo
E parar a tempo a ampulheta da vida
Queria eu ter tempo pa' viver sem a minha má índole, sem nenhum contratempo
E por a ampulheta de novo a contar, a contar o tempo para a tua volta querida
Queria eu ser ermita
De tudo e de tão pouco viver afastado
É tanto ócio, tanta inércia, até irrita
E viver em sonhos esse sonho em tempos sonhado
Areias do tempo me escapam entre os dedos
Com grande estrondo batem no chão
Queria eu fugir de meus medos
Queria eu conseguir não ouvir meu coração
Não posso dizer que vivo uma vida de simplicidade
Quando o que quero para mim e tão majestoso
Se estando em falha com o que sou, sou uma falsidade
Porque é que, quando realmente chega a hora de mostrar o que sou, acabo sozinho num caminho longo e penoso?
Mesmo sendo eu um vagabundo...
por um belo sorriso vou até ao fim do mundo!
Eduardo Fontes©