Não é filtro de barro
é a brasa entre os dedos,
uma cadeira sem o encosto
as luzes amarelas dos postes
o vidro fumê em uma cor
que não sei como descrever
além das fumaças se esgueirando
pelas janelas
tudo que eu sempre vou precisar
é escrever
um motivo para viver
procurando pelo o que
me lembre o que é estar
vivo,
sentir o sangue nas veias
o coração na boca
ou até mesmo borboletas
no estomago
mas está escuro
silencioso e solitário
perdido em meu âmago
procurei me esconder
e esqueci que eu eu podia sair
perdido em meu âmago
esqueci o caminho de volta
na madrugada tudo que escuto
é um gari cantando músicas
sofridas por amor
pelo o tempo que as águas
permaneceram congeladas
esqueci como é sentir o ardor.