CAIXA DE LUZ
Tanto através dos vidros se ilumina
O salão onde baila a fidalguia,
Que, igual caixa de luz, a fantasia
Faz verter cores vãs sobre a retina.
Ali nem Arlequim nem Colombina,
Entregues à total patifaria,
Tirariam Pierrot d'essa agonia,
Que é amar a tirana que o fascina.
As sedas que farfalham nos tablados
Abrem alas aos pares mascarados,
Bailando pela caixa luminosa.
Porém, trocam-se os pares na berlinda.
Por deixar sua bela 'inda mais linda,
Sorri Pierrot ao orná-la d'uma rosa…
Belo Horizonte - 02 05 2019
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.