Naquela casa decimal
cabia um lar.
Havia o teu cheiro
entranhado
nas fissuras do chão,
a tua marca
de água
perdida nas janelas de abril,
a desarrumação da cama,
em cada lado
da vírgula
que compunha o nosso número...
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.