Beija-me,
Pois tenho sede nesse deserto inóspito
E o sol me abrasa os sentidos.
Dá-me teus beijos, pois preciso
Conter meus desejos incontidos.
Mata-me a sede, mata-me a sede,
Pois de mim espero não mais que nada,
Enquanto durar a conquista malograda,
Enquanto não me prender em tua rede.
Queira-me,
Porque rota e parca é minha vida
E há muito caminhar não faz sentido.
Queira-me, pois sem ti a esperança é perdida
E o rio dos meus sonhos, interrompido.
Frederico Salvo.