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Distância

 
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Foram numerosos silêncios tão crus quanto ásperos
Uma fome insaciada, uma névoa de muito desalento
Mãos distantes a se buscar ébrias em meio ao sonho
Foram tempos de um nó insano a arder na garganta
Foi o frio da vida seguindo numa angústia sem saída
Foi a dor da perda num reencontro de cartão postal
Tal a dor que dói à terra a flor que se lhe desenraiza
Onde restam cicatrizes que nem o tempo vai apagar

Mas a mão do destino esconde segredos em silêncio
Mantém em si todas razões que a razão desconhece
Com esmero de reduzir a nada todas as construções
no que seja improvável; Romper as impossibilidades
de tudo aquilo que se pudesse nomear de impossível
No ventre que gera a vida está o germe da renovação
Para se fazer tempo de reencontro, de reaproximação
Acalmar as dores, angústias, dúvidas e hipertensões

Enfim uma flor se desabrocha, é a vida reeditando-se
Nos portais do espaço e tempo semeamos esperança
Para reaprender que distância é apenas uma ficção
Chegas no sonho, mas és corpo, és carne e realidade
Cada vez que nossas almas se encontram no infinito
As memórias de vida se refazem na energia ancestral
O nosso tempo já não é como nos relógios sonolentos
Não haverá monumentos ou heranças de nosso viver

Devo falar do que há muito tenho guardado em mim
Já devia ter te dito: dá-me a tua mão e fecha os olhos
Aconchega tua cabeça sobre meu peito neste abraço
Sem imaginar se é possível ou distante, sem projetos
Apenas fica. Seja para sempre ou apenas um instante
Mas que tenha a duração da eternidade dos amantes
Sempre me pertencerás na minha ilusão de nós dois
O existir não tem sentido senão aquele que criamos


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Sabem o que é incrível? Duas pessoas reunidas pelo destino e afastadas pela vida. Quando se encontram é uma explosão em cores e som. Depois é dia seguinte.
 
Autor
Sergius Dizioli
 
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