Gostaria tanto de te pedir aquilo que não posso Aquilo a que não tenho direito E que me aflige em horas várias De matinais a noturnas De calmaria e de tempestade De sono e de vigília De chuva que cai na janela E de lua que ilumina os montes ao meu redor
Como me é impossível saciar essa vontade De ser algo mais que uma doce memória diária Que desaparece em meio ao labor E a rotina de teu dia Em meio a tuas paixões diárias Que me roem por dentro Em gritos que não devem ser expressados Senão nestes versos sufocados Me tornando como o éter que se esvai Mas deixa no ar seu rastro de aroma Que entorpece os sentidos
Assim como única solução Deixo-me cair no profundo sono Pois aí No meio de meus sonhos, Não me negas nada que eu deseje ou precise E que um dia a vida me tomou E continua me tomando Devido ao fato de que a ampulheta do tempo Virando e revirando Faz pagar a todos que a subestimam
Me resta a chuva na janela Com sua simplicidade Que não cobra nada de nenhum amor Esvaído pelo vento Que corre pelos trigais Outrora dourados E agora ceifados.