O meu silêncio é ausência
do meu sentir de outrora,
de um tempo
em que o meu navegar
não tinha amarras, nem âncoras
que me impedissem desbravar mares
e me prendessem a ventanias!
Agora, sou prisioneiro deste tempo
que já não me permite navegar,
não porque tenha amarras ou âncoras,
mas sim, porque não tenho mais mar
onde minha alma possa vogar!
Restam-me caminhos empedernidos
pela inquietude,
onde a liberdade das minhas emoções
se esconde nos atalhos
dos desencontros e frustrações
José Carlos Moutinho
Decreto-Lei, nº 63/85
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