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À meia Luz

 
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À meia luz.


Corrientes três quatro oito,
segundo andar, elevador;
não há porteiro nem vizinhos
adentro, coquetel e amor.
Sótão fornecido por Maple,
piano, tapete e abajur...

um telefone que responde,
uma vitrola que chora
velhos tangos de minha juventude,
e um gato de porcelana
para que não "mie" o amor.

E tudo à meia luz,
é um bruxo o amor
à meia luz os beijos,
à meia luz os dois...
e tudo à meia luz,
crespúsculo interior,
que suave veludo
à meia luz do amor.

Ramal doze vinte e quatro,
telefone sem temor;
de tarde, chá com biscoitos,
de noite, tango e cantar;
aos domingos, chá dançante,
às segundas, desolação.

Há de tudo nesta casinha:
almofadas e sofás
como em Butique Coco (Chanel),
tapetes que não fazem ruído
e mesa posta para o amor...

e tudo à meia luz,
crespúsculo interior,
que suave veludo
à meia luz do amor.

Comp. Carlos Cezar Lenzi.
Tango gravado por Carlos Gardel.
Tradução - Eu

Não "mie" o amor = Não atrapalhe o amor.




verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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