Há dias que sinto a brisa na mão
e dela voam suspiros se eu a abrir,
emociona-me e pergunto a razão
deste doce privilégio do meu sentir
A brisa que é serena cala a resposta,
eu com esse silêncio fico intrigado,
sinto, porém, a brisa é bem disposta
e fico eu, também, a senti-la, calado
Mas como é domingo volto a insistir,
porque motivo ela ficou na minha mão,
então a brisa respondeu, sem mentir
gostava de estar comigo por emoção
Mais sensibilizado fiquei com a brisa,
todavia, ela disse-me que teria de partir
então, suavemente, da mão ela desliza
voando, despedindo-se de mim a sorrir
José Carlos Moutinho
7/4/19
Decreto-Lei, nº 63/85
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