NOITES DENSAS
Sei que em noites densas e frias,
escondidos em esquinas sombrias,
os anjos perdidos se encontram...
Não falam e nem é preciso.
Tudo já foi e é dito nos olhares tristes,
no suave balançar das asas atrofiadas...
Há um beijo ensaiado nesses lábios
que nunca se tocaram.
Desejos que se revelam aos poucos
no reconhecimento de igual sina.
Se há remorso nesses pobres seres
Isso não é percebido.
Só desejo a ser esgotado e revivido.
São amantes antigos de tempos de luz
que agora se encontram na dura concretude
das sombrias e tristes noites frias...
A felicidade possível... (Proteus).