Pingos de água que se deixam cair
Como que acordados e desmaiados
Sobre as folhas verdes e espreguiçadas
Das árvores altas e empertigadas
De largas copas e ramos espraiados
Carregadinhos de frutos a sair.
Pingos de água que se deixam fluir
Por entre carreiros de nuvens
Que passeiam em grandes bandos
Sobre todos os desmandos
De velhos encarquilhados e outros jovens
Que se ocupam de coisas de destruir.
Pingos de água que se deixam reunir
Em lagos grandes... enormes,
Cheios, presos e plácidos
Como gigantes gordos, pesados e flácidos
A quem, a torto e a direito, vêm fomes
Para, refasteladamente, voltarem a dormir.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.