Cheguei em casa e percebi
Que eu havia saído sem minha chave.
Fui para a casa de meus avós.
Meu avô era o único em casa
o clima, sempre o mesmo,
como se nunca fossemos
próximos o suficiente. Desconcertante.
Me sentei no sofá.
“Vejo essa missa todos os dias.”
Comentou meu avô.
“Hum... E ela passa todo dia
nesse mesmo horário?”
“Éé... Mas a parti da semana
que vem, vai começar as 18 horas.”
O padre repetia rezas.
Pai nosso.
Ave maria.
Santa maria, mãe de deus
rogai por nós pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Fiquei em silencio observando
e o padre continuava a repetir
por diversas vezes
as mesmas rezas.
Deus deve se cansar.
Percebo como a morte
é assustadora para aqueles
que já estão próximos
de mais dela.
“Você gosta de quibe, não gosta?”
Perguntou meu avô.
“Sim.” Eu respondi. Então ele
me estendeu uma nota de 2R$.
Fui comprar meu quibe
e deixei meu avô a vontade com
suas preces.
E acabei voltando com uma coxinha.