Você entrou pela fresta na porta
Que eu lutava para abrir
E para fechar
Gostava de te conhecer aos poucos
Com a palma da mão e você a mim
Entrelaçados embaixo do céu
Mas a chuva estava chegando
E nós tínhamos que ir
O meu verão era inverno
Mas com você era verão
De onde você veio me consolar?
E me derreter do meu exílio?
O mel dos seus lábios é mais que remédio na minha
De minha mente, de trás da tormenta
Vejo presas na sua boca, garras nas suas mãos
E uma serpente negra a entrelaçá-la
Será isso o retrato da verdade?
Ou os demônios marcados na minha pele?
A sua boca acalma minha incerteza
Com suas palavras e seus beijos
Mas ainda me embaraço em algo
Um véu macio e confortável entre nós
Mas que me assusta, fica preso no meu rosto
Eu queria tirá-lo de você
Sentir sua verdadeira pele nua na minha
Me sussurrando seus arrepios
E me acariciando com seus suspiros
Mas quem carrega o véu é você?
Ou ele está a cobrir a mim?
O que me espeta atrás dele são seus espinhos?
Ou as suas garras procurando minha carne?
Você é rosa doce, perfumada?
Ou é fera felina, implacável?
Ou talvez até, esses serão voltados a mim
Meus próprios espinhos vertendo meu sangue
Por que você não tira logo a sua máscara?
E me deixa soltar o meu coração!
Ou sou eu que estou a escondê-lo
Atrás do meu medo de deixá-lo cair na névoa?
As mentiras atravessam os ouvidos
mas será que chegam no peito?
Ou será meu peito escuro demais?
A chuva chegou e eu fui embora.
Te amo a noite, de manhã odeio
Dou boa noite pro livro que me deu
Na manhã seguinte o amaldiçoo
E a tarde atordoado odeio te amar
Se era uma fera me feriu
A dúvida me queima na cabeça
Como a paixão queima no peito
Minha mente formigando
Num enxame de você
Ora borboletas
Ora ferrões
Mas sem você, adeus
Me digam o que acham por favor e o que posso melhorar