No aniversário de 30 anos, ganhei de presente um gato angorá. Dei o nome de César, em homenagem a um amigo muito querido. Esse gato, o Cesar era esperto e manhoso. Dormia no meu quarto,
acompanhando-me nas mudanças de humor.
Tornou-se meu companheiro de leitura. Assistia comigo, aos filmes de Almodovar, Fellini e Godart.
Cansado de passar o final de semana no apartamento, chamei o César para irmos ao parque. Repeti várias vezes seu nome e nenhum miado ouvi miado como resposta.
Perguntei aos vizinhos sobre seu paradeiro e nada.
Ele ganhou às ruas, cansou da minha companhia. Náo encontrava mais graca em se esconder entre as estantes e se se deitar sobre os poemas no chão, inspirados nos pensamentos desfiados como fios de lã.