Naquele final de tarde,
quando o ocaso
se aconchegava no horizonte
e a nostalgia me invadia os pensamentos,
eu, observando o mar,
deixava o meu olhar navegar,
serenamente,
sobre o seu dorso cintilante,
pelo reflexo dos raios solares,
como abraços carinhosos de luz!
Sentado nas pedras
beijadas pelas areias da praia,
imbuído de uma doce nostalgia,
deixava que a minha mente voasse
sobre aquele mar, calmo
até onde o meu involuntário anseio
me permitisse!
E pensava…imaginava utopias,
inventava monstros marinhos e sereias
que julgava poder colocar em poesias
se eu fosse realmente poeta
e criasse um poema, naquelas areias!
E eu navegava e voava,
num enlevo absoluto
rasando as ondas daquele mar imenso…
aproximava-me do horizonte,
onde já sentia a ténue carícia térmica
oferecida pelo sol,
que, esmorecido pela tristeza da partida,
despedia-se de mim,
escondendo-se no infinito
José Carlos Moutinho
4/2/19
Decreto-Lei, nº 63/85
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