Um gelo no peito,
minhas pernas balançando
o cantar dos pássaros
faz doer minha cabeça.
Só penso em desistir
sim, deixar de existir.
Um gelo no peito,
minhas pernas balançando
sinto algo entalado em minha
garganta
como se eu estivesse próximo
de vomitar,
são os deuses tirando
essas frases de meu peito,
conheço meu coração
foram tempos na escuridão
que meus olhos até ardem
quando olho para o céu,
foram tempos na solidão
tomando remédios, doses
de sossega leão.
Tenho minha vida em minhas mãos
compro uma passagem só de ida,
rumo ao desconhecido
de dias que parecem os mesmos
onde derramo minhas horas a esmo,
cansado do ócio,
queria viver sem que ninguém assinasse
minha carteira de trabalho
é bem melhor assinar as dedicatórias
de meus livros.
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