Ando pelas ruas,
dedilhando valsas ao vento,
pousando o olhar pelas nuvens,
colhendo as flores tão nuas,
tirando do sol a ferrugem.
Dobro esquinas de saudade,
falo com os passarinhos,
tiro as pedras do caminho,
buscando a minha verdade.
Soluço versos pensados,
e não pensados também,
refaço rimas antigas,
com letras minhas amigas,
pensando sempre em alguém.
Andando pelo relvado,
faço minhas escolhas,
sentindo o cheiro das folhas,
sonhando um verde dourado.
Caminho só pela vida,
à procura do que fazer,
seguindo a sombra perdida,
colho a vida por lazer,
em sons há muito tocados.