Em goles. Doses. Tragos.
Pausas e boa música.
Autodestrutivo. Fazer o que?
É que me sinto mais confortável
assim. Com tudo meio dormente.
O lobo está em seu momento
não interrompa sua conversa
com a lua.
O uivo é melancólico
com toque de saudades.
A lua contou que nada
será como era antes.
O vento levará bons
sabores para longe.
Estamos em uma constante
perda
constante ganho
constante reciclagem.
Minha caverna. Proteção
e visceral imersão.
É bom passar alguns dias
na luz do dia de boas companhias.
Um descanso. O abrir do cadeado
dá ancora que me afunda. Afunda.
O colchão parece cola. O peito
com todo seu vácuo. Um buraco negro.
Tenho coragem para enfrentar
qualquer criatura que vier
dessa escuridão. Porém me assusto
como todos. Não importa
o quão forte se ache.
Uma bela mulher de cabelos
pretos. Curtos. Pele branca
como as luzes dos postes.
Sorriso e sorriso.
Sem encostar um dedo sequer
sem intenção
me derrubou
como uma criança
com suas pernas fracas.
Bati cabeça e chorei.
É que sempre de alguma forma...
algo me força a pensar nela
pelo menos três vezes ao dia.
Tomo um clonazepam. Saturado.
Fugindo do paraíso
escrito: Não pise na grama
enquanto meu peito me implorava
para me deitar e aproveitar da paz
que eram as tardes de sol escaldante
acompanhado de sua presença.
Que droga é essa que você
exala?
Porque me sinto tão alto?
Tive que manter os pés no chão
estava difícil respirar.
As noites não se tornaram
mais solitárias.
Durmo apenas com uma almofada
quadrada
sou meio egoísta.
Apegado de mais.
Nenhuma que por mais bela
que foi,
ocupou os malditos responsáveis
por projetarem pensamentos
frustrantes enquanto era
para eu estar teso. Socando
aquela boceta.
A procuro em outros corpos.
É um processo desconfortável.
Então mantenho o quarto vazio
até que se esvazie meu peito
e empoeire
e não haja nada para
se sentir falta.