Poemas : 

Abortos

 
Pego lápis e papel.
Risco rabiscos pequenos:
O sol sorrindo no céu
Atrás de montes terrenos...

Pego a borracha e apago.
Do nada mudo o intento:
Desenho um barco num lago
Dentro ponho o pensamento...

Lago em pouca dimensão
Não cabe no meu coração.
Desanimo, mudo a tez:
Apago tudo outra vez.

Brinco com os riscos tortos.
Faço contornos na mão:
Gigante a desilusão!
Navios em mares sem portos!

Meus sonhos são natimortos.
Sequer ouso uma canção.
Se me falta inspiração
Meu poema sofre... Abortos!



Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
705
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.