Pego lápis e papel.
Risco rabiscos pequenos:
O sol sorrindo no céu
Atrás de montes terrenos...
Pego a borracha e apago.
Do nada mudo o intento:
Desenho um barco num lago
Dentro ponho o pensamento...
Lago em pouca dimensão
Não cabe no meu coração.
Desanimo, mudo a tez:
Apago tudo outra vez.
Brinco com os riscos tortos.
Faço contornos na mão:
Gigante a desilusão!
Navios em mares sem portos!
Meus sonhos são natimortos.
Sequer ouso uma canção.
Se me falta inspiração
Meu poema sofre... Abortos!
Gyl Ferrys