Tudo é silêncio na noite fria do tempo
Onde procuro respostas para perguntas
Que nem eu mesmo sei quais são.
Não quero saber qual será o fim
Porque nem sei como aconteceu o início
Se é que houve um começo.
Ando devagar pela estrada à minha frente
E não tenho pressa de chegar
Pois não sei onde meus passos me levam.
Quero viver na solidão
Que me tira os seus olhos
E descansar-me na esperança
De encontrar o seu sorriso só mais uma vez.
Tudo é deserto por onde ando
E sinto na pele o sol escaldante
De uma tarde de verão.
Saber que você existe
Causa em mim uma angústia
De não poder estar junto a fonte da alegria.
Seus olhos tão meigos
Sempre estavam ali sozinhos
Como um convite ao amor.
Prossigo no silêncio do meu caminhar
E ouço a sua voz ao longe
E ouço também a sua risada
E sei que está feliz.
Meu coração bate mais forte
Quer te encontrar e não sabe como será
E eu paro de caminhar
Quero descansar de tudo isso.
Mas, em meus olhos já não há lágrimas
Para que as deixem cair.
Não há uma sombra sequer para recostar-me
E meus pés estão cansados.
Olho para o horizonte
Não sei se consigo chegar
No lugar de onde sai.
No silêncio do meu caminhar
As perguntas continuam sem respostas.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense