Se seguires o caminho
dos mares de mim;
tome-o! Sem senões!
Não vos enganarei!
São de pedras azeviche,
brilhos falsos, traiçoeiros,
às margens de vias em
torrentes e turbilhões...
Creia;
é abissal.
Lá não encontrarás
paz cativante,
águas translúcidas
e alvas escumas.
Sentirás
o rascar da maresia
no hálito das sereias,
e um perfume fatal
disfarçado em brumas.
Cadencie
seu andar, o falar, o amar.
Siga suavemente,
disfarçado em poesia
entre as brancas areias,
e cuide para não pisar na
minha Estrela-do-mar.
Desvie-se
para não despertar
meu tridente submerso...
A sede de vingança
faz-me mortal e perverso.
Reverencie-me;
aplaque meu ódio,
não revolvendo o fundo
desse mar de mim...
Ore!
Se tiveres sorte,
vais encontrar-me
entre as sombras e os sonhos.
É tua vida, ou seu fim.
Aprendas!
Sou Netuno,
e ela é Astéria.
Morrerás...
Se mal falares dela,
ou de mim...