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Labirintos

 
E foi assim que aconteceu…
Na era das flores e dos campos do meu ciclo vital
Encontrei a conjugação certa e determinada
Do verbo silencioso da razão normal
Dos predicados do coração
Sim… ou talvez não
Foi nesta idade que chegou a poesia
Desafiou-me no meu labirinto
Intimou-me com a sua beleza
Brincou com a minha fraqueza
Tocou-me ao de leve na mão
Não sei de onde veio
Se veio do meus invernos
Ou dos rios onde banho os meus pés
Não sabia o que responder
Os nomes ou as palavras que devia dizer
O que devia olhar ou quando devia desmaiar
Quando as linhas eram ténues e fracas
Quando as palavras tocavam a razão e não o coração
Quando era vã e crua a decifração
Mas a minha boca não tinha outro caminho
E eu, ser infinitésimo
Bebido pelos mistérios
Que me sentia uma parte pura do abismo
Tímido ao milésimo
Olhei nos teus olhos, poesia
E de repente se fez dia
 
Autor
Raul Cordeiro
 
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Enviado por Tópico
Luis F
Publicado: 04/04/2008 11:30  Atualizado: 04/04/2008 11:30
Colaborador
Usuário desde: 15/08/2007
Localidade: Alcochete
Mensagens: 1184
 Re: Labirintos
Um poema escrito na linha que tão bem nos habituaste.

Reflexão, partilha e instrospecção em perfeita harmonia.

Um abraço amigo
Luis

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2008 12:32  Atualizado: 04/04/2008 12:32
 Re: Labirintos
Olá poeta, fiquei aqui refletindo seus versos e apareceu uma pergunta: Seria a poesia a única saída dos seus labirintos?...adorei ler vc bjs

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2008 18:51  Atualizado: 04/04/2008 18:51
 Re: Labirintos
Ideias em catadupa, ditadas de um só fôlego, densas de significado e harmonia interior estudada, compõem o estilo de Raul Cordeio. É minha opinião Raul que este, e outros poemas teus, belíssimos, beneficiarão se acaso te decidires parar, a meio, para respirar. Um abraço