Sonetos : 

O ESCULPTOR

 
Tags:  Sonetos 1998  
 
O ESCULPTOR

Se o artista transgredindo as áureas normas 
Que a Beleza lhe impôs, esclarecida, 
Houvesse para o novo uma saída 
Para além do imediato das reformas.

Logo, ao lançar luz por sobre as formas,
Traga o pálido mármore à vida 
Que revela o relevo onde incendida
Quando tu, Vênus, tudo transformas!

Pois sob a pele nua lhe palpita
Um coração que humano à estátua anima. 
D'aquela cujo sopro se acredita:

- "Não, Citereia, não mais do que obra-prima 
Sejas na que marmórea preferia! 
Retorna este ser teu à forma fria…"

Betim - 08 08 1998


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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