Não sinto minhas mãos
Estão paralisadas, atrofiadas, algemadas
E minha voz sufocada
Já não posso gritar a revolução.
Não há manifestações
Que possam romper a crueldade
A maldade, a infelicidade
De gente sem afeto nos corações.
Já não tem remédios com que venha curar
Tamanha ignorância social
De gente tão propensa ao mal
Que destroem os que procuram amar.
Eu quero abrir meu coração
Falar do grande desastre racional
De um mundo tão radical
Que fere na alma a emoção.
Sou um ser humano sonhador
Que um mundo melhor deseja
Para os meus filhos almeja
Um mundo repleto de amor.
Mas onde esse amor se pode encontrar?
Se a maioria não busca viver
Se a maioria não quer nem saber
E nem ao próximo deseja amar?
Não deixarei que destruam os sonhos meus
Nem que a minha voz se faça calar
Aos quatro cantos do mundo vou gritar
Que não acabem com os planos seus.
Vamos uma sociedade justa organizar
Com ousadia e resistência
Lutar com persistência
Para um mundo melhor ao futuro deixar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense