A cidade acordou quando a verdade aprendeu a rugir...
E havia fugas nas avenidas vazias das periferias sujas pra onde ninguém foi
O fogo se espalhou nos prédios sem qualquer remorso
Queimaram como papel a própria luz da ruína e da morte
Eu sentia o fim chegando sem esperar demais
Sem ânsia alguma...
La embaixo alguém chorava suas tragedias pras sarjetas fedidas da cidade
E não consegui pensar em lugar mais adequado pra tragédias
E se houve um tempo mais escuro e selvagem antes deste eu não posso lembrar
Haviam multidões nas ruas caçando almas desavisadas de gente que não sabia que devia fugir
Havia solidão rondando na noite tal qual o leão faminto
Fedia a medo...
E desprezo...
Desci para as ruas certo de que caminhava de encontro a algum destino que me queria
Sem beijos apaixonados ,sem sexo,sem tesão
A noite era amarga e o fim jazia doce em algum beco a espera
Caminhei ereto e lívido pro fim de tudo
Assoviava alguma velha canção tão desconexa e sem sentido que fazia tudo valer a pena
Encontrei o que procurava numa esquina antiga em frente a decrépitos prédios carcomidos
Morri pro mundo que não me queria aquela noite
E fui feliz.