A maré traz de volta o rugir do silêncio, o eco da nostalgia e a fúria louca das águas.
A maré bate forte a arranca as pedras duras da rocha espigada.
As dunas desfazem-se e afogam -se nas lágrimas do mar.
São levadas para longe, enleadas nas correntes que o bater engasga.
Sobre o monte branco de espuma paira a raiva que corrói a vida e que com avidez a enterra nas braçadas mareadas da dor.
O sol mastiga a morte e saborei-a ao tombar da noite, ao cair do pano, deixando a nu o caminhar desfeito sobre as águas.
A renúncia é posta à prova nas horas esquecidas em que a maré vai e volta.
Águas revoltas, em fúria, que ficam paradas ao gemer da mente, ao cansaço que esmaga um sentir diferente.
Águas de marés sentidas, nos pés descalços, das horas mortas que findam ao entardecer da vida...
Ana Maria Casaca
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