Poemas : 

Cartão de Cidadão

 
Pessoa não tem
determinante possessivo.

O que a determina
é essa flor fina da liberdade,
dente-de-leão ao vento leste,
agreste.

Mulher não tem registo,
visto em documento, assinatura imprópria,
assento.

Homem não tem cópia...


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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