VIAGEM ETERNA
(Jairo Nunes Bezerra)
Pela avenida sirenes acionadas,
Uma, duas... Dezenas...
Nas ambulâncias vidas desativadas,
Que se afastam da permanência terrena!
Brevemente, sei, estarei nessa sequência,
O tempo avança e sou impulsionado pra frente...
É natural tal penitência,
Quando do viver viramos carente!
Imploro aos motoristas desliguem a sirene,
Não perturbes os viventes,
Que se limitam a dormitar!
E pra minha breve e atuante viagem,
Pra menos sofrer do tempo evito a contagem,
E, às escondidas, ponho-me a chorar!