A boca tem veneno que me cura.
Saliva doce igual ninguém compara.
Os olhos tão macios tem ternura
Amada amiga minha, minha cara.
No espelho dessa vida foi pintura.
Na escola desse mundo fez-se rara.
Na espera da subida árdua e dura
Você, amada amiga, foi escada.
Você, amada amante, meu Saara,
A estrela guia em noite tão escura
Do mal que tenho, mal que nunca sara
Devido ao seu veneno, criatura!
Sementes jorros mil em vil seara.
O sol que morre quente em quente alvura.
Sê estrela do oriente ignara,
Serpente do ocidente que me cura...
No espelho dessa vida foi pintura.
Na escola desse mundo fez-se rara.
Na espera da subida árdua e dura
Você, amada amiga... Foi escada!
Gyl Ferrys