E eu que me deixei guiar pelos cinco cavalos
Dos meus sentidos; que não segurei as rédeas dos meus pensamentos;
Que fui simples passageiro do meu destino;
Que nunca consegui dizer-te não...
E eu que me encontrei em meio aos vales perdidos
Sem o facho luminoso que traz a Estrela-da-Manhã;
Eu que, tal qual Arjuna, defronte dos entes queridos, senti o meu arco deslizar no sangue que trazia nas mãos...
E eu que busquei por mim mesmo, sem nunca me encontrar,
Que almejei ser o primeiro, ser o senhor dos três reinos prometido.
Logo eu, o filho de Prometeu, dos senhores do Egito.
Logo eu, o filho preferido e expulso do Paraíso do Milton e de Adão.
Não sei aonde anda o pouco do meu raciocínio e do meu juízo
Eu que não peço conselhos às lagartas dos países maravilhosos
Hoje somente olho para o vasto empíreo anilado e choro, choro
E imploro ao Ser cômico e cósmico que me conceda o... Perdão!
Gyl Ferrys