E eu te tenho, amor,
Com o meu olhar cheio
O sorriso em brandura
Seu amor me acolhe
E me cura
De tal forma e jeito
Que sou feliz assim
Mesmo estando você
Tão distante de mim.
E te amo, querida,
De um amor bonito
Vivido nas escrituras
De um sábio chinês
Que desenhou sua tez
Num livro de xilogravuras.
E te quero, minha cara,
Igual riacho à lagoa
Igual a um poema do Pessoa
Onde te procuro mais adiante
Num quadro de Rembrandt.
Sonha comigo, Sinhá
Sonha que te sonho também
Distância não impede ninguém
De amar quem está
Deste lado de cá.
Dorme, amiga amada,
Adormeça sonos tranquilos
Em camas de relvas descobertas
Que eu te sonho uma escada
De ramas repletas
Repletas pela aléia e o alecrim
Perfumes peraltas
Que esperam
Que te traga
Para mais próxima... De mim.
Gyl Ferrys