A arte mais sublime é a de semear
Semear palavras aos quatros ventos
Arar com segurança nossos tempos
Na direção da tua boca rumar e remar.
Cobrir-te com os cobres orvalhados
Pérolas das nossa primeiras manhãs
O Paraíso Perdido nos dedos molhados
Ser teu guarda-camponês, minha guardiã.
Será a luz que me guia no espaço estelar
Nas nebulosas do nosso pequeno universo
Mente fertilizada, fome saciada no teu verso
Onde queimo os meus incensos no teu altar.
Nunca será a seiva suave e estranha
Que nutre minhas folhas de figueira
Será quem colhe aquilo que assanha
Será a acha da nossa pira, da fogueira...
Então o encontro dos dois azuis infinito
O Olimpo onde se confunde os imortais
O cálice transbordando vinho dionisíaco.
Nosso palato pedindo mais, e mais, e mais...
Na nudez branca das pedras rígidas e porosas
A cor do cetim carmim, do âmbar e do alecrim
Onde uma abelha em orgia com o par de rosas
Com as infrutescências do nosso amor... Sem fim!
Gyl Ferrys