PÔR-DE-LUA
Não s'enluarava assim o horizonte
Senão para o noctívago em segredo
Que atravessando a noite toda a medo
Lirismo quis beber direto à fonte.
Antes que ao alvorecer o sol desponte,
-- Mas, quando já tão tarde que era cedo... --
A lua, alheia ao poeta em seu degredo,
Entre as nuvens prateava todo o monte.
Insone pela rua ele a persegue
Colina após colina por sabê-la
Um presente de rei ali entregue.
E enquanto a antemanhã a cada estrela
Toma sem que penumbra alguma a negue,
Põe-se a lua no céu por quem desvela.
Betim - 21 01 2019
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.