Eu penso nas ilusões da vida
Nos momentos em que acreditei
E, por causa da ingenuidade, acabei sendo triturado,
Escamoteado e sofri em silêncio a minha estupidez.
Os deslumbramentos, as ilusões
Torturas de uma vida amargurada
Alegrias violentas de momentos sutis e bocas escancaradas
Com sorrisos falsos e debochados.
Eu não consigo acreditar
Que não poderei ouvir o canto dos pássaros
Nem ver a beleza do brilho das estrelas
Enquanto a morte brinca nas latas de lixo.
Buracos negros de uma existência falida
Em contornos mirabolantes
Escondem rostos enrugados de sofrimento
Nas horas frias de uma madrugada qualquer.
Decidido estou a caminhar para o sul
Buscar o perfume das flores nas pradarias
Ouvir o canto dos pássaros no amanhecer
Antes que o coração pare de bater e a mente de pensar.
Não quero viver uma eternidade de silêncio
Nem caminhar sem um objetivo na minha existência.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense