Se, imperfeito, não é amor
Era apenas outra quimera
Pois amor é raio de primavera
Beijando flor que desabrochou.
O amor é uma porta ou janela
É ponte flutuante, uma escada
Uma estrela radiante e amarela
Que pulsa no peito da amada.
O amor é uma lago turbulento
Onde adormecem velhos cisnes
Entre outros tantos gansos mansos
Que, por vezes, parecem sonolentos.
Mas quando o amor desperta
Acende nos olhares mil fogueiras
Acende um sinal forte de alerta
Pois o amor desaba em cachoeiras.
O amor e seus infindáveis tentáculos
Os seus ramos que são bifurcações
Que ligam os nossos cansados corações
Que parecem presos em receptáculos.
Não tem amor perfeito. Não tem jeito.
Tem o amor de irmão, o amor materno
O amor do agora, do hoje e o eterno
O amor do nascimento e o do leito.
Mas que seja imperfeito se amor for
O que neste mundo perfeito é?
O que neste mundo não é efêmero
Uma peça de Shakespeare?
Um pensamente de Voltaire?
O que importa é amor ter
Um andar feliz de mão dadas
Não acordar sozinho de madrugada
E, junto um com outro, amanhecer
Já que é longa e dorida a caminhada
Repleto de meandros nosso trajetos
Por isso quem ama é artista, arquiteto
Constrói com quem ama... Nova Estrada!
Gyl Ferrys