TORMENTO
Este amor que sinto é um tormento,
uma lembrança infernal deste desejo,
que por mais que lute comigo mesmo
não consigo controlar, nem negar, nem ignorar.
Não deixo de pensar em ti e não te esqueço.
Adormeço e acordo contigo no pensamento,
e sonho a dormir e também acordado
com o que faríamos se fossemos um.
Não somos um, nem seremos,
e inquieta-me o facto de não me ser permitido
um simples toque, uma carícia, um afecto,
um abraço apertado e apaixonado,
daqueles a que um simples amigo não tem acesso.
Queria liberdade para me enlouquecer contigo,
para me perder nos teus braços,
e não ter de guardar uma margem de segurança entre nós.
Infelizmente sei que tenho de mudar de rumo,
pois o caminho que percorremos em direcção à felicidade
não é o mesmo, nem o faremos de mão dada.