Poemas : 

AR-190103

 





Passei a odiar relógios.
ponteiros me dão ira.
Acompanhar o tempo que
falta tortura-me, traz-me
conflitos nas longas esperas vãs.
Irritante, aquele dos segundos:
Tanta pressa, pra quê?
O de minutos, parecendo
subjugado a correria tanta,
aguarda; sóbrio, paciente
as céleres ultrapassagens.
Gosto do menor, o marcador
das horas cheias;
firme, soberbo, indiferente...
Fico horas ouvindo o cantar
do longevo carrilhão vertical
de parede com seu incansável:

Tic Tac... Tic Tac... Tic Tac...

Pego no criado mudo o
receituário, e releio:

'1 - tomar três drágeas com
pouca água de quatro em
quatro horas'

Ih!... Hora dos remédios!

 
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ZeSilveiraDoBrasil
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 05/01/2019 12:21  Atualizado: 05/01/2019 12:21
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 Re: AR-190103
Bom dia ZESILVEIRADOBRASIL, teus versos enredam ao cotidiano de muitos de nós depois de sermos condicionados a ingestão de muitos remédios em troca de uns dias a mais de vida, parabéns pelo vosso incisivo poema, um abraço, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/01/2019 06:40  Atualizado: 06/01/2019 06:40
 Re: AR-190103
tempo decrescente...
abraço, Zé carioca!


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 11/01/2019 16:24  Atualizado: 11/01/2019 16:24
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 Re: AR-190103 P/ZESILVEIRADOBRASIL
Remédios para quê!

O relógio é o ajudante
a ter tempo para tudo?
Quando chega a hora agá
passamos todos, por ele
e ele, cego, surdo e mudo!

Gostei muito, abraço Vó