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Rogério Beça | Publicado: 03/01/2019 11:40 Atualizado: 03/01/2019 11:43 |
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Re: DECREPTO
Veio-me à ideia a imagem dum ermita, em plena praia, em pleno pontão, com as suas histórias, as suas descobertas, as suas contemplações, indiferente aos outros.
Veio também a entrevista que o Ferreira Gullar deu há uns anos, em que fala do seu "o cheiro da tangerina" e de como sentia o espanto, ou o momento da chegada dum poema. O brilho dos seus olhos nessa ferramenta do passado. Parece que posso ver o brilho nos olhos deste sujeito poético. Agraciado, apesar da tempo que já consumiu, com mais um poema, com uma revelação. Podem ser as vestes imaculadas (se bem que o branco suja-se imenso) um amuleto. Pode ser a maresia o ar que o inspira. Podem ser as gargalhadas a sua dança da chuva. Princípio e fim do seu canto. A referência de "até as meias" marcando o estereótipo do que é socialmente adequado ou não, deixa uma marca mais vincada na construção do decrépito. Gostei do poema. Muito em jeito de prosa poética, sem deixar de poder ser uma crítica à sociedade, na forma como se deixa ligar demasiado às aparência e até se mete na vida dos outros em demasia. Decrépito, bastante, sou eu. Ou decreto que assim seja... Abraço |
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