Sempre que batem entre si
As folhas da árvore cantam
Em brincadeiras de miúdos
Lembram um olhar que sorri,
Daqueles que se alegram
Entre dois beijos mudos
O sol, que desponta pela manhã
E ilumina lentamente este dia,
Grita e abraça o mundo inteiro
Entrelaça no chão doutro amanhã
O chilrear dos pássaros que ouvia
Nas velhas carumas do pinheiro
A tua mão, que desabrocha nua
Na terra ainda húmida e folhada
Chora por não ter outra igual
Aperta pedaços do resto da lua
Gentil e sem força, quase nada
Como um doce toque sensual
Treme o corpo num dia infeliz
Com medo de ninguém, alguém,
Nem sabe, num estranho receio
Que o invade e nada lhe diz
Lentos passos, o amor não vem
Princípio e fim, sem seu meio
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma