Sou obrigado a uivar como o chacal
Porque a minha dor é terrível
Há também o medo que assola minha alma
E a solidão rasga o meu coração.
Meus amigos dizem duras palavras
E elas ferem-me como adagas afiadas.
Meus olhos ardem e estão vermelhos
E minhas mãos tremem sem parar.
Quero ter esperança de dias melhores
Mas, as horas passam lentamente
Não ouço mais minhas canções
E não consigo dormir a noite.
A dor da alma é mais profunda
Que as feridas do corpo.
Na minha angústia eu clamo a Deus
E busco o seu perdão.
Liberta-me! Clamo nas madrugadas
Quando o frio aperta de forma cruel.
Triste é a minha vida
Sem ter o consolo do Espírito Santo.
Os grilhões que me cercam
Como ferrolhos de uma prisão
Sufocam a minha alma
E dilacera os meus pensamentos.
Sou obrigado a uivar como o chacal
E espero que Deus me ouça!
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense