Podemos encontrar, na História da Humanidade, muitos homens célebres que sofriam de depressão. Porém, destes, raros foram os que nunca se renderam totalmente ao seu desespero de deprimidos.
•» Falo de Paulo VI, um singular deprimido, que como poucos, teve do mundo e dos homens uma visão tão angustiada e ao mesmo tempo cheia de esperança. Não muito tempo antes que a morte o levasse num fim de uma tarde de verão, fez sua última anotação:
“Esta vida mortal, apesar das suas preocupações, dos seus mistérios obscuros, dos seus sofrimentos e da sua caducidade fatal, é um fato belíssimo, um prodígio sempre original e comovente, um acontecimento digno de ser cantado em «prosa e verso»¹.”
Esta anotação traz-me a lembrança um trecho do poema "Em Deus, meu Criador" de José de Anchieta² que, a bem da verdade, serviria a Paulo VI:
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Contente assim minh'alma, do doce amor de Deus,
Toda ferida,
O mundo deixa em calma,
Buscando a outra vida,
No qual deseja ser
Absorvida.
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1- Inserção feita por mim. No original está escrito: “em alegria e glória”.
2- No poema "Em Deus, meu Criador", Anchieta traduz a sua visão do mundo arredia em relação aos bens terrenos.
• Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário.
RSérgio