Andamos todos calados
a urdir os gritos sós
que a língua esconde
da solidão vizinha,
seja qual for a voz que nos chame...
As almas vagueiam nuas
pelo encesto dos sentidos,
no chão que pisamos sem ver
as flores nascem estios e crescem
marialvas da lua e da fantasia.
... quando a bruma passa
e a realidade reluz na menina dos olhos,
os corpos arqueiam pelo chão
e o que fica são cinzas de mortos inquietos.
Arrastados no naufrágio da idade malvada
as sombras pensam as suas próprias ânsias.
Não sabem se a dor do silêncio é verdadeira,
porém, padecem...