Diz-me o teu preço
que te direi o meu.
Diz-me por qual milagre te ajoelhas,
esse
que te é tão caro
e que te retira todo o valor.
Eu, logo eu,
que penso que não tenho,
que não me vendo, que ninguém por nada me compra…
Dou-me
ao desengano
e me ofereço.
Diz-me o teu preço
(todos temos um preço)
que te direi o meu.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.