Há linhas confusas emaranhadas
em leitos que silenciam os sons
escuridão sem luar nem lugar,
puxo o fio solto mansamente
entre os dedos a linha desliza
há sombras que se movem
o medo dissipa-se , como o nevoeiro
numa manhã de inverno…
As mãos agora molhadas
com o orvalho do olhar,
continuo a puxar o fio
uma rede de pesca presa no fundo mar…
Um mar imenso, navegam pelas águas prateadas
caravelas de mistérios que se perdem por não se procurar…
O mar e o céu…o céu e o mar
agora mais perto, coloridos os tons celestes que os vestem…
Peixes que nadam e na rede se envolvem
veem beijar-me num canto serenado,
o pó da lua acende a superfície deste sonhar…
As mãos tocam-se…unem-se,
os segredos abrem-se em tesouros
que as sereias encontram nos corais coloridos
em que sabem acreditar!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...