DIARIOS DE OFICINA - VIII
Sexta-feira, 30 de novembro
Choveu forte a madrugada toda. Pensei que o reboco da laje tivesse caído. Mas graças a Deus esta tudo tranquilo. O tempo continua fechado, não sei o que Marju profetizou, no momento relia "Plexuz" de Miller. Delegado espera Seu Carlito que prometeu trazer um resto de pinga - Delgado tem um plano B - caso ele não aparecer, irá encher os baldes no bar de uma amiga em troca de meia-garrafa, são doze baldadas, cada uma é uma dose.
Mais tarde na mesma manhã nublada
Bardaux & Cia ajeitam um portão, cortando-o no disco de corte. Venho me sentar nos degraus da escadaria externa de uma das filhas de Seu Obina. Soldei e reforcei a tampa da cisterna, depois ele vai esmerilhar pra dar um acabamento melhor.. Deu-me dois reais, comprei e paguei adiantado os enrolados de presunto e queijo. Ganhei um pastel de carne, ontem foi uma coxinha de galinha adormecida. Little Fat deu-me o café com leite, mas sem o pão. A chuva não o deixou sair de casa. Após o café uma Carba@ para amenizar as tensões psicológicas. Tenho uma aparência de mendigo, as pessoas tem asco de mim, estou pouco ligando para esses pequenos detalhes - O importante é o que sou - um ser humano que sonha em ser um escritor e ser reconhecido com tal
O sol timidamente das as caras. Seu Obina ansioso para apanhar e trazer o carro para a sua garagem e assim evitar pedir carona para se locomover. Mãe e filha conversam na outra porta. O irmão caçula de Joãozinho Mecânico passa com um arco de serra na mão. Um rapaz empurra uma motocicleta