Dias dificeis...
Madrugadas inquietantes.
Palavras presas na garganta.
Libertas enxurradas do pensar.
Pensamentos em cascatas
Sobre o ser e não ser.
Estranha forma de vida
Entre o querer e não poder.
Um som do peito sai.
Inexprimíveis ais.
Num misto de choro
De natural lamento.
O corpo cede. Tomba.
Como num passe adormeço.
Um susto sobrevem
Entre o seu e meu falar
Coisas a entender.
Do muito a se falar.
Mais dificeis de aceitar.
Sentimentos se alternam
Logo ao despertar.
Quero-te em pensamento
Alma e corpo mesmo desnutridos.
Paixão da minha vida,
Como viver sem você?
Essa voz que ecoa agora
Sob a forma de gemidos.
Que sons estranhos!
Já não ouso mais pensar
Se é do corpo em desalinho
Ou do coração a chorar.
Tento e insisto me situar
Neste dia que vem vindo.
Pronto a ser vivido.
Quiça entre o viver
A dormir e acordar.
Ouso em mais sonhar.
Acorda alma!
Dê seu grito de guerra.
Liberta-se de tudo
Que no seu âmago encerra.
Que corram lágrimas.
Que jorrem prantos.
Mas jamais perca essa força
De amar e de gritar.
Venha de onde vier.
Chegue de onde chegar.
Este amor que me arrasta
Me mata e faz sofrer
Virá. É só saber esperar.
E é esse mesmo amor
Que me sustenta e alimenta
Faz- me, das mais loucas emoções
Sorrir e chorar. Vibrar!!!
Vera Salviano