São seres humanos que já nascem com a faca no pescoço
Como animais que tem o destino sangrento
Vivem uma vida sem fundamento
Uma existência que mais parece um lamento
Justiçados ao menor descuido
Vítimas das balas com sabor do fel do esquecimento
Surgem neste mundo com encontro marcado com o fim
Sempre do mesmo modo
Sempre o mesmo choro
Habitantes das senzalas que relutam em partir
Prisioneiros da desimportâcia do existir
Sempre sepultos como criaturas até por Deus esquecidas
Sempre vítimas da armadilha cruel dos ricos para os miseráveis
Armadilha que os veneráveis fingem não ver
Não é comigo por que sofrer com a forca que não cabe no meu pescoço ?