Dentre as flores tantas outras
Que nos campos desabrocham
Quando as messes mais se mostram
Mais maduras e mais louras...
Há uma outra em viva cor
Que parece satisfeita
Quando chega a ceifadeira
Para lhe podar a flor.
Parece que até festeja
Nunca medra entre o trigo
Vive num vermelho vivo
Que uma abelha a deseja.
Nasce em Ásia e na Europa
Branca em Alpes e Apeninos
Tem inveja dela a rosa
Deixa a África sem tino.
Moveu índios e hindus
Matou persas e chineses
P'ra deleite dos ingleses
Que deixaram os homens nus.
Nas localidades cálidas
É uma planta anual
Causa o bem e causa o mal
Nas comunidades pálidas.
Quando a flor amarelece
Tem o cheiro nauseante
Que adormece um elefante
Só de lhe tocar a pele.
Na Europa nasce em maio
Chega a ter um metro e meio
Quando o Sol em seu desmaio
Beija-lhe somente o seio.
Gerou guerra, gerou ódio
Sem brilho de lantejoula
Do seu sumo jorra o ópio
Desta branca e vil... Papoula.
Gyl Ferrys