As mãos descobertas,
Pouco elegantes
Mas sempre abertas
E desafiantes
De demandas certas,
Puxam amarras amantes
De canoas incertas.
As mãos gretadas,
Duras, ofegantes
Acharam-se casadas
Com outras distantes
Que esperam fechadas
O sustento de infantes
Nascidos de nadas.
As mãos já anosas
Ditas idosas, antes,
Cuidam-se extremosas,
Apesar de uivantes
Por espinhos de rosas
Ou coisas de levantes
Castigadoras e penosas.
As mãos com dedos,
De nós ausentes,
Semeadas de medos
E desejos poentes,
Esgotadas de segredos
Continuam presentes
Para vidas e degredos.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.